CINEMA - um PECADO CAPITAL sem grande fulgor
Na viagem ao Norte, no sossego do Hotel, Liguei a PS2 e aproveitei para ver um título que já me andava a moer o juízo...DERAILED / PECADO CAPITAL (2005 - Mikael Hafstrom)
Hafstrom é um jovem cineasta sueco ainda com tudo para provar. Com um currículo pouco sugestivo, agarrou a oportunidade de dirigir Jennifer Aniston, Clive Owen e Vincent Cassel.
Não comprometendo, o realizador opta por um estilo limpo e direccionado para os pontos de tensão da trama, mas acaba por desperdiçar a oportunidade de aprofundar, quer as personagens quer os seus dramas. No fundo, o filme vive apenas da dúvida do seu desenlace final, ainda que nunca consiga ser verdadeiramente imprevisível.
Um homem de família de meia idade seduz e deixa-se seduzir por uma bela mulher que encontra no comboio. Após alguns encontros acabam por se deixar levar pela luxúria e procuram saciar os seus desejos num lúgubre quarto de hotel. Aí são surpreendidos por um assaltante, que rouba o seu dinheiro e acaba por violar a mulher. A partir desse momento, o homem vê-se envolvido numa interminável e perturbadora sucessão de chantagens, que o levam ao limite.
O tema não é de todo original mas está bem escrito e pensado, ainda que depois se torne demasiado frágil e até inverosímel dadas as pontas soltas que o enredo vai deixando.
As interpretações são seguras. Clive Owen é electrizante, já o tinhamos visto ser em CLOSER; Jennifer Aniston cumpre sem brilhar, parecendo ser uma personagem sub-aproveitada; Vincent Cassel é também ele um magneto de emoções, é um belíssimo actor que merece melhores papéis e mais destaque.
Com tudo isto, apreciei o filme, mas não passa de uma classificação razoável. Fica um ligeiro amargo de boca, porque podia ser mais inteligente e mais intimista do que é. Talvez John Dahl, Peter Hyams ou Joel Schumacher tivessem dado a volta ao texto e tornado este filme numa obra mais memorável. Fica a intenção e a necessidade de rever Hafstrom noutra obra para opinar melhor sobre o seu talento.
Nota: 6
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