quinta-feira, 7 de setembro de 2006

CINEMA - Revisitando A VILA


É 5ª feira, ainda estou de férias. Amanhã parto para Braga para um bem merecido fim-de-semana fora da rotina. E o que é que eu resolvi ver...? Estava sem nada para fazer e desafiei a Ana para ver A VILA. Ela ainda não tinha visto o filme e eu já o vi 3 vezes, agora... 4!


THE VILLAGE / A VILA (2004 - M. Night Shyamalan)
Tal como tem vindo a ser já um hábito, os filmes de Shyamalan arrebatam-me, e este não é excepção. Talvez o menos mediático dos seus filmes, porventura o menos perfeito em harmonia, estrutura e dinâmica, mas seguramente o mais belo, o mais comovente, o mais mágico de todos.

Uma remota e isolada comunidade vive encurralada num vale rodeada por bosques assombrados por criaturas horríveis. No meio deste intenso drama, procuram viver de forma inocente e civilizada, longe da crueldade e violência das cidades. O sacrifício deste modo de vida é o seu isolamento quase macabro de tudo e de todos. Neste clima, agrilhoados, duas almas inquietas encontram-se num belo e improvável Amor. Mas cedo a tragédia abate-se sobre este Amor, obrigando-o a uma dura e penosa prova de resistência física e moral.

A VILA é essencialmente um filme de Amor, mascarado de terror e fantasia. Um vibrante quadro animado de cores fortes, um assustador compósito de neblinas e sombras, um tenebroso ensaio de silêncios...

Apoiado em personagens bem construídas, o argumento ganha força com as intensas interpretações de grandes actores desta e doutras gerações, como William Hurt, Sigourney Weaver, Brendan Gleeson, Adrien Brody, Joaquin Phoenix e Bryce Dallas Howard.

Mágico e quase perfeito é um daqueles filmes que nunca me cansarei de ver, por ser tão belo e por estar tão bem feito. Os intensos planos estáticos, os grandes planos, os suaves travelings quase imperceptíveis, a forma como Shyamalan brinca com os signos, os significados e os significantes, a magistral banda sonora de James Newton Howard. Tudo é um bailado de emoções, muitas vezes propositadamente contraditórias, mas sempre estimulantes.

Nota: 9
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1 comentário:

Anónimo disse...

É verdade que é um belíssimo filme. Não me arrebata até nove mas um oito sólido, certamente. Acho que o nove é para aqueles que nos tocam pessoalmente. Como se houvesse uma escala de dois a oito que só vai ao 1 e ao 0 ou ao 9 e ao 10 quando passa a ser um caso pessoal. Positivo ou negativo. Concordo com a ideia de que é, "simplesmente", uma história de amor.
Paulo